Ao peso do dia presente, temos o mau hábito de juntar o do passado, e ainda mais o do futuro.
O remédio para essa atitude é meditar (e pedir a Deus a graça de o pôr em prática) o ensinamento do Evangelho:
«Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?(...)
Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta.
Não valeis vós muito mais do que elas? (...)
(...) não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? Que havemos de beber? Com que nos havemos de vestir?(...) Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.» (Mateus 6, 25-34)
Não se trata de sermos imprevidentes e irresponsáveis, temos obrigação de fazer projectos e de pensar no amanhã. Mas temos de o fazer sem inquietação, sem aquela preocupação que consome o coração e que não resolve nada, impedindo-nos muitas vezes de estar disponíveis para o que temos que fazer no momento presente.
É preciso «evitar transferir para o dia presente o peso e as angústias que o futuro nos inspira» (Etty Hillesum).
O coração não pode estar simultaneamente absorvido pela preocupação com o dia seguinte e acolher a graça do momento presente...
Quando Jesus nos pede que não tenhamos nenhuma preocupação, fá-lo cheio de compaixão e de ternura, principalmente para salvaguardar a qualidade das nossas relações: um coração repleto de inquietações e de preocupações, não está disponível para os outros e não pode fazer de cada momento um verdadeiro momento de comunhão, daqueles que alegram o coração.» (Jacques Philippe, em "A Liberdade Interior")
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